sexta-feira, 25 de outubro de 2013

34º Dia de aula - Português

Sorocaba, 25 de outubro de 2013

Poema e prosa
 
Comparem os seguintes textos:
A festa da Penha
(Olavo Bilac)
                Pelas estradas que levam à ermida branca, uma quinta parte da população carioca irá rezar e folgas lá em cima. Por toda a manhã, e toda a tarde haverá na Penha o pagode; e, sentados à vontade na relva, devastando os farnéis bem providos de viandas gordas e esvaziando os ‘chifres’ pejados de vinho, os romeiros celebrarão com gáudio a festa da compassiva.
                Senhora -> ermida = pequena igreja
                                 -> viandas = carnes
                                 -> gáudio = alegria
                                 -> pejados = cheios
Romaria
(Carlos Drummond de Andrade)
                No alto do morro chega a procissão.
                Um leproso de opa empunha o estandarte.
                As coxas das romeiras brincam no vento.
                Os homens cantam, cantam sem parar.
                No adro da igreja há pinga, café,
   imagens, fenômenos, baralhos, cigarros
   e um sol imenso que lambreza de ouro
   o pó das feridas e o pó das muletas.
                              {opa= espécie de capa sem mangas}
                Observe que, apesar de tratarem do mesmo assunto, há entre os dois textos algumas diferenças marcantes:
 
                            A festa da Penha
·         Predomínio da ordem direta
·         O ritmo acompanha a naturalidade da fala
·         O ritmo não é essencialmente marcado pelas sonoridades
·         Está organizado em períodos que compõem um paragrafo
 
Romana
·         Predomínio da ordem direta
·         O ritmo é marcante e trabalhado
·         O ritmo é marcado pelas sonoridades
·         Tente ao ilogismo das palavras
·         Está organizado em versos
 
Muitas vezes, as fronteiras entre Poema e Prosa não são marcantes, graças a maneira que o ator utilizou os recursos de linguagem para expressas sentimentos e emoções. Neste caso temos o poema em prosa.